Love is hard and that's ok
o amor que exige facilidade raramente é profundo
Ultimamente tenho pensado bastante nisso. Sempre procurei atalhos — caminhos planos, sem curvas nem subidas, como se existisse uma estrada onde nada pesasse. No amor, essa busca virou passeios leves, rasos: divertidos, despretensiosos, fáceis. Por mais que eu gostasse desses passeios básicos, a brisa ensolarada sempre cessava — e, de repente, tudo se tornava molhado. O problema é que, nesses dias de chuva, eu não estava em casa, debaixo de um cobertor quentinho. Estava exposta, encharcada, sozinha.
Essa busca implacável para ser amada e amar facilmente, na mente, tem a mesma urgência daquele docinho pós almoço. E, como era de se esperar, nenhum desses “amores” resistiu às primeiras pedras no caminho. E aquele meu pensamento obscuro voltava: “o problema deve ser eu”, e novamente, tudo se reiniciava acreditando que na próxima escolha, no próximo rosto, teria sorte. Mas não era bem assim.
Por que fugimos do próprio abismo?
Sempre imaginei o meu profundo como um poço escuro. Tinha medo de que alguém tocasse minhas águas profundas — águas que eu julgava turvas e inexplicáveis. Fugir parecia mais seguro do que me arriscar a afundar. Mas será que a culpa era minha ou da estrada que eu mesmo havia escolhido? Por muito tempo, acreditei que ninguém suportaria mergulhar ali. Até perceber que há outras pessoas complexas por aí — diferentes de mim, talvez mais fundas, talvez mais simples ou até mais sombrios. Cada uma com sua complexidade única. E ai essa chave mudou em minha mente: existem pessoas dispostas a mergulhar — e que também carregam abismos próprios — isso tornou meu abismo um pouco menos assustador.
Eu assisti uma série no inicio do ano passado por que estava com saudades de uma pessoa - um amor fácil - a série em questão é: “O Verão que Mudou Minha Vida” e no início por mais que não goste de admitir eu gostava mais do Jeremaiah, achava ele mais divertido e tudo parecia fluir com ele, e logo percebi, ele era como os relacionamentos que buscava. E o Conrad era como uma pessoa que tinha conhecido que parecia ser “a” pessoa para mim, mas eu tinha medo de que essa pessoa acessasse a minha parte “sombria”. Spoiler: sou team Conrad e estou com o “meu Conrad” apesar de que eu não me considero uma belly e ele não se consideraria um Conrad.
Sinto muito pelos “team jere” mas em nenhuma possibilidade - sendo quem é - ele nunca teria chance contra o Conrad. Quando você percebe que o amor profundo, mesmo sendo “mais complicado“, é melhor que o que é entre muitas aspas mais leve. Chamamos de mais complicado mas não sei se acredito nessa narrativa, depois de passar pelos dois, julgo que o caminho mais fácil sempre nos leva a mais ruas esburacadas tendo mais probabilidade de ficar parada no meio da jornada
Ser profundo não significa ser sem graça.
Pelo contrário — tem muito mais graça que o raso!
Hoje me questiono se esses relacionamentos que não tem nenhuma dificuldade, nenhuma divergência ou briga são realmente tão saudáveis quanto dizem. Talvez eu que precise amadurecer mais ,porém por enquanto prefiro acreditar que a beleza real do amor está justamente em você está tão apaixonada que a loucuras parecem pouco, como essa brilhante musica da Taylor:
Se você quiser entender um pouco melhor o que estou querendo dizer, esse artigo aqui embaixo explica melhor:
Os filmes e narrativas em nosso mundo social tentam nos fazer acreditar que esse amor sem erros, brigas e etc é o verdadeiro amor romântico. Mas esse “amor ideal” quase sempre mostra um lado do casal que se completa perfeitamente sem esforço, e ai ficamos nós aqui tentando buscar nossa metade perfeita da laranja — e nem preciso entrar no tópico que nós devemos ser completos antes de entrar em um relacionamento.
E por fim, eu prefiro alguém que mergulhe comigo — e não fuja. E mais importante: quero ser capaz de mergulhar no abismo de alguém. Porque amar verdadeiramente não é encontrar alguém que se encaixem perfeitamente em nossas expectativas, mas alguém disposto a caminhar com a gente em meio as pedras — tropeçando, errando, crescendo, rindo e se apoiando. Alguém que vai ficar mesmo quando a estrada não é fácil.
E com isso podemos comprovar: enimes to lovers é o melhor tipo de romance. Brincadeiras à parte, rs.
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Obrigada por ler até aqui espero que você tenha gostado da experiência